domingo, 27 de março de 2011

Roteiro da Serra da Estrela. Circuito I Alta Montanha. Covilhã


Bem Vindo a Alvoco da Serra
Ponte Romana em Alvôco
População: 900 habitantes
Actividades Económicas: Agricultura, apicultura, pastorícia, construção civil, transformação de madeira, extracção de resina, panificação, hotelaria, serralharia, comércio e serviços.
Festas e Romarias: Sagrado Coração de Jesus( 2.º Domingo de Agosto ), Santíssimo Sacramento ( Agosto ), S. José ( Maio ), N. Sra. do Bom Parto ( Julho ), Romaria de Verão(Agosto ) e as chamadas Festas das Chouriças, nomeadamente: N.Sra. de Fátima ( Domingo anterior ao Domingo Magro ), N.Sra. da Conceição ( Domingo Magro ), N.Sra. das Preces ( Sábado de Carnaval ), e N.Sra. da Agonia ( Segunda - Feira de Carnaval ).
Património Cultural e Edificado: Igreja Matriz, Capelas de N. Sra. de Fátima, N. Sra. da Conceição, S.José, N. Sra. da Agonia, N. Sra. das Preces, N.Sra. do Bom Parto, S. Sebastião, S.Pedro e S.António, Ponte Romana, Estrada Romana ( vestígios ), Monumento ao Sagrado Coração de Jesus e Casa Museu.
Outros Locais de Interesse Turístico: Casas de Turismo Rural, Alto da Torre, Parque Natural da Serra da Estrela, Parque de Merendas ( V. E. Baixo ), Miradoiro na EN 231, Moinhos de Água e Piscina Pública.
Gastronomia: Cabrito assado no Forno, Chanfana de cabra, Feijão cozido no Forno do pão, queijo fresco, bolo de mel, bolo escuro e broa de milho.
Artesanato: Queijo da Serra
Colectividades: Sociedade Recreativa de Alvôco da Serra, Sociedade Desportiva e Recreativa de Outeiro da Vinha, Liga de Amigos de Vasco Esteves de Baixo, Centro Cultural de Vasco Esteves de Cima, Associação Cultural e Recreativa do Aguincho, Liga de Amigos da Freguesia de Alvoco da Serra, Associação do Sagrado Coração de Jesus.
Situa-se esta Freguesia nos contrafortes ocidentais da Serra da Estrela, entre Loriga e Unhais da Serra, sendo atravessada pela Ribeira de Alvôco. Quem, vindo da Teixeira, se dirige à sede da Freguesia é confrontado com majestosos panoramas, recantos com socalcos e as pequenas aldeias de xisto de Vasco Esteves e de Outeiro da Vinha. Adiante é o impressionante vale de Alvoco, escondido por uma crista xistosa, com a ribeira a subir à catedral cinzenta e branca da Torre por entre um imenso balcão de socalcos, pinhais e soutos de castanheiros, onde habita a gineta, a fuinha, a coruja e o estorninho.
Num recanto do vale, na margem direita da Ribeira, a uma altitude de 740 metros localiza-se a povoação de Alvoco da Serra. Alvoco, que teve antigamente uma das primeiras indústrias de lacticínios e lanifícios, continua, à distância de mais de 50 anos, encantada no seu vale idílico, rústica de granito e cheia de sossego, só interrompido pelo murmúrio da Ribeira generosa nas trutas, pelo suave balir dos rebanhos e pelo roçar dos teares seculares.
Em Alvoco há um troço de calçada romana junto à rua principal. Do mesmo período foram encontradas, no sítio da Barroca do Galego, várias moedas, algumas de ouro, passando o local a denominar-se de "Fonte das Moedas" . Estas moedas foram estudadas, em finais do século passado, pelo ilustre arqueólogo Francisco Martins Sarmento que as catalogou como denários. Mas a fixação humana em Alvoco aconteceu durante um período anterior à chegada dos romanos, dizendo-nos a tradição que as terras da freguesia assistiram às práticas guerreiras de Viriato. Aqui terá pontificado uma civilização castreja, opinião também perfilhada por António Dias na sua "História e Lenda da Fundação da Cidade de Sena".
"Se Alvoco fica paredes meias com Loriga, onde não restam dúvidas que alguns dos sete cabeços que formaram a sua defesa natural marcam este período primitivo do homem pré-histórico, Alvoco deve igualar-se-lhe em monumentos megalíticos".
E reforçando a sua tese, refere ainda a "Fonte da Pedra, onde a burrinha que levou para a serra de Alvoco a Sagrada Família, bateu três vezes com as patas nas fragas, por mandado da Virgem, a fim de de fazer aparecer água, ficando marcadas na rocha as ferraduras da alimária. Não registará isto uma estação pré-histórica?".
Alvoco da Serra foi antiga vila e sede de concelho com foral concedido por D.Manuel I em 17 de Fevereiro de 1514. Além dos funcionários necessários à administração municipal, tinha capitão-mor, sargento-mor, alcaide e companhia de ordenanças. Pelo "Cadastro" de 1527 vê-se que o concelho era composto pela vila e duas povoações: Barriosa, com três fogos e Teixeira com apenas um.
As povoações actualmente existentes só devem ter aparecido em finais do século XVII, quando se introduziu a sementeira do milho no vale de Alvoco. Em 1758, a freguesia registava apenas 98 fogos com 300 habitantes. Era da coroa e os dízimos pertenciam à Comenda de Redondo e ao bispo de Coimbra. A igreja era um curato anexo à vigairaria de Loriga. Existiam já as aldeias de Vasco Esteves (Aquém e Além, hoje, de Cima e de Baixo), de Aguincho e de Outeiro da Vinha. Nessa época já tinha sido erguida a actual igreja paroquial, edificada em 1745, como se vê na inscrição existente sobre o portado principal. Templo vasto e de boa traça, guarda uma escultura coeva fundação, figurando a padroeira.
Obra notável é o Centro Paroquial de Assistência, fundado em 1955 pelo Pe. Jaime Pinto Pereira e que é dotado de um Centro de Dia para a Terceira Idade. Tem sede própria com posto médico, salas se costura, dispensário, jardim de infância e salas de recreio e convívio para jovens e crianças, exercendo assim as suas finalidades assistenciais e educativas.
Esta freguesia foi uma das pioneiras do concelho em termos de industrialização. A primeira fábrica de lanifícios, a chamada "Fundeira" , foi fundada em 1856 por João José de Brito. Em 1925 eram já várias as fábricas aqui existentes, sendo os seus produtos conhecidos em todo o país. Alvoco da Serra era o principal centro da indústria de lanifícios da serra, após Covilhã e Gouveia. Todas elas acabaram por desaparecer.

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